PARA QUE SERVEM AS PRÁTICAS DE SUSTENTABILIDADE?

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Existem inúmeras medidas que podemos tomar para melhorar a sustentabilidade do negócio. Estas medidas, chamadas de práticas de sustentabilidade, são bastante comuns no setor do turismo, principalmente na hotelaria de todos os portes e tipos. Seguem alguns exemplos:

  • comunicação e engajamento
  1. sensibilizar o cliente no site, sistema de reserva, check in, na unidade habitacional, em áreas sociais, por meio de informações verbais, display, placa, folder ou manual;
  2. realizar ações de educação com a comunidade local, como visita às instalações do meio de hospedagem, palestras, concursos, divulgação das práticas adotadas nos meios de comunicação locais (jornais, rádio etc.);
  3. capacitar os colaboradores por meio de reuniões, oficinas, cursos, palestras, seminários, congressos, programas de voluntariado, entre outros;
  • desenvolvimento social e econômico dos destinos
  1. ações voltadas à economia solidária
  2. doações de produtos e equipamentos obsoletos para a comunidade
  3. dar preferência e desenvolver fornecedores locais
  • resíduos sólidos
  1. aquisição preferencial de produtos em embalagens para grandes quantidades, quando compatível com as operações da organização e das condições ambientais, levando em consideração aspectos de segurança, de qualidade e econômicos;
  2. separação, coleta seletiva e destinação adequada;
  3. reutilização dos resíduos orgânicos, inclusive como insumo de produção para as comunidades locais;
  4. acordos contratuais com fornecedores para a coleta de embalagens (logística reversa) e produtos não utilizados.
  • eficiência energética
  1. uso de fontes de energia renováveis, como energia solar e eólica;
  2. otimização do uso da iluminação natural;
  3. utilização de equipamentos e dispositivos de aquecimento ou refrigeração com eficiência energética maximizada;
  • gestão do uso de água
  1. utilização de dispositivos para economia de água (como, por exemplo, torneiras e válvulas redutoras de consumo em banheiros, lavabos, chuveiros e descargas);
  2. inspeção periódica para identificação de vazamentos;
  3. programa específico, como troca não diária de roupa de cama e toalhas;
  4. captação e armazenamento de águas pluviais;
  • interações com as populações tradicionais
  1. informar aos clientes sobre as peculiaridades para relacionar-se com as populações tradicionais;
  2. retribuir ou compensar as populações tradicionais pelos benefícios auferidos pelo uso de recursos, tradições ou conhecimento das populações tradicionais;
  3. apoiar ações para melhoria das condições de vida das populações tradicionais, segundo as prioridades definidas por elas;
  4. promover o respeito à cultura e à privacidade das populações tradicionais, evitando a violação da intimidade, a destruição de sítios arqueológicos ou históricos, o desrespeito a rituais e locais considerados sagrados ou pela imposição de festas e rituais fora do calendário tradicional;
  • informações a serem fornecidas aos clientes
  1. informações históricas, culturais e ecológicas locais básicas sobre ações de proteção ambiental desenvolvidas na região;
  2. informações sobre as várias áreas naturais protegidas e outros atrativos naturais de interesse na região;
  3. informações sobre o consumo de produtos locais, inclusive enfatizando a culinária da região;
  4. medidas e procedimentos de proteção e segurança para os clientes;
  5. informação sobre como se comportar nas comunidades locais e sobre as responsabilidades a serem os lugares visitados;

Quando se observa esta lista de exemplos de práticas de sustentabilidade, pode-se pensar: Preciso implementar todas as práticas, para o meu negócio ser mais sustentável? Quais destas seriam mais adequadas ao seu negócio? Quais são os resultados práticos que serão obtidos?

Como as práticas de sustentabilidade também implicam em investimentos no negócio é importante que se avalie os resultados esperados, para ver se compensa a sua implementação ou manutenção. Existem práticas de sustentabilidade que necessitam de pouco investimento e outras que necessitam de recursos significativos. Assim, sempre é saudável escolher as práticas que estejam dentro da viabilidade do negócio e, que irão produzir os resultados desejados.

Com relação aos resultados desejados, o ideal é se estabelecer objetivos concretos e mensuráveis para cada um dos aspectos da sustentabilidade, como por exemplo: reduzir em 5 % o consumo de água no Hotel. Assim, ficará mais fácil acompanhar os resultados e avaliar se a viabilidade das práticas implementadas.

Dentro desta lógica, pode-se medir a situação atual (por exemplo: o consumo de água atual), selecionar e implementar práticas da redução do consumo de água e, por fim, medir a nova situação de consumo, para então avaliar se o objetivo foi cumprido.

Assim, recomenda-se estabelecer claramente objetivos de sustentabilidade e uma forma de avaliar os resultados obtidos, como o uso de indicadores, por exemplo: litros de água/hospede/noite.

Por fim, adotar e implementar práticas de sustentabilidade é sempre importante, assim como, gerenciar um negócio buscando ser cada vez mais sustentável. Mas para se ter certeza que o negócio está de fato sendo mais sustentável, será preciso avaliar se existem resultados concretos na minimização dos impactos negativos ou no aumento dos impactos positivos da sustentabilidade. Para saber mais, veja: O que é um Hotel sustentável?

O que é um Hotel sustentável?

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Atualmente, é muito comum encontrar hotéis com práticas de sustentabilidade. As mais comuns são aquelas voltadas para o uso da água e da energia, mas existem muitas outras relacionadas com resíduos, geração de renda para comunidades, valorização da cultura local, uso de produtos de limpeza biodegradáveis, entre outras.

Ficando hospedado ou realizando uma rápida pesquisa na internet é fácil de localizar estes tipos de práticas. Mas será que um hotel que tem 15 tipos de práticas de sustentabilidade é mais sustentável do que aquele que possui somente 3? Ou será, que o hotel que implementou práticas de sustentabilidade para gestão e uso da água, da energia e de resíduos é mais sustentável que outro hotel que implementou práticas de sustentabilidade somente para gestão e uso de energia? [A norma ISO 21401:2018 – Sistema de gestão da sustentabilidade de meios de hospedagem e os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU)]

Aliás, existem esquemas de certificação que usam esta premissa para a concessão de um selo, estabelecendo níveis de certificação: ouro, prata e bronze. O hotel que tem mais práticas de sustentabilidade recebe mais “pontos” e, portanto, recebe um selo “melhor”, por exemplo, o selo ouro.[Certificação de turismo sustentável]

Contudo, este pensamento não faz muito sentido. Veja, as práticas de sustentabilidade têm a função de minimizar os impactos negativos gerados pelo hotel, sejam estes ambientais, socioculturais ou econômicos. Assim, o que importa não é quantidade de práticas, mas sim o quanto o hotel conseguiu reduzir o impacto gerado. Um determinado hotel pode precisar implementar 5 ou 6 práticas de sustentabilidade para redução significativa do consumo de água. Porém outro hotel poderá chegar no mesmo resultado de redução do consumo de água implementando somente 2 destas práticas.[Hotéis Sustentáveis: Porque isso é importante para os hóspedes?]

Além disto, cada hotel tem suas características (número de quartos, infraestrutura de lazer, tipo de instalações hidráulicas, tempo de funcionamento, etc) e a redução do consumo de água pode ser totalmente distinta de um hotel para o outro. Assim, o que importa para um hotel é atingir seu objetivo de redução do consumo de água em relação ao que consumia antes de implementar as práticas de sustentabilidade. A quantidade de práticas adotadas é irrelevante e a comparação entre os hotéis, sem o uso de um indicador padronizado, é irreal.

Desta maneira, o ideal é que o hotel estabeleça um objetivo mensurável para minimizar o impacto gerado, por exemplo, reduzir 5% o consumo de água neste ano e, a partir disto, usar um indicador para medir o consumo atual (litros ou M3 de água/hóspede/noite).

Ao usar esta lógica, o hotel poderá conectar as práticas de sustentabilidade à gestão do negócio, tomando decisões que gerem ações de minimização dos impactos ambientais (redução do consumo de água) e dos impactos econômicos (redução de custos), saber:

Exemplo da lógica base para Gestão da Sustentabilidade

Aspecto da sustentabilidade

consumo de água

Impacto da sustentabilidade

redução do recurso natural

Objetivo de sustentabilidade  

reduzir 5 % do consumo de água

 

Práticas de sustentabilidade  

instalar redutores de fluxo de água nos chuveiros; implementar programa de troca de tolhas e roupas de cama a cada 2 dias e estabelecer rotina de inspeções para identificar vazamentos das instalações

 

Indicador de sustentabilidade  

Litros ou M3 de água/hóspede/noite

 

Resultado (antes das práticas)  

150 litros/hóspede/noite (março de 2019)

 

Resultado (depois das práticas adotadas)

142,5 litros/hóspede/noite (março de 2020)

 

Resultado final obtido 5% de redução do consumo de água

 

Por fim, podemos dizer que não interessa a quantidade de práticas de sustentabilidade adotadas e, sim, a gestão da sustentabilidade.

Para saber mais sobre Gestão da Sustentabilidade de Hotéis existe a norma ABNT NBR ISO 21401 – Sistema de Gestão da Sustentabilidade para Meios de Hospedagem.

Para saber mais sobre indicadores de sustentabilidade consulte a norma ABNT NBR 16534 – Meios de hospedagem – Indicadores para o sistema de gestão da sustentabilidade.

Certificação de turismo sustentável

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A certificação de negócios sustentáveis no turismo

Muito popular hoje em dia, a certificação é um mecanismo para assegurar que determinada empresa, produto ou serviço está em conformidade com requisitos especificados. No caso do turismo sustentável, o que se pretende dizer por meio da certificação é que uma empresa é sustentável ou que tem um sistema de gestão da sustentabilidade.

A maioria das certificações existentes se dividem em 2 grupos: o primeiro com foco em atestar que a empresa tem determinadas práticas sustentáveis e o segundo que a empresa tem um sistema de gestão da sustentabilidade implementado e eficaz, neste caso, as práticas sustentáveis também são consideradas mas não há uma predeterminação de quais são as práticas que devem ser adotadas.

A certificação é realizada por uma organização independente, denominada de organismo de certificação, que tem como negócio avaliar a conformidade e atestar para o mercado que a empresa é sustentável.

Para conquistar à certificação a empresa precisa demonstrar que cumpre os requisitos. Obviamente que para dar início a este processo a empresa precisar fazer a sua lição de casa, conhecendo inicialmente os requisitos que dão base a certificação desejada, passando por uma auto-avaliação do seu negócio e, principalmente, implementando medidas para atendimento destes requisitos. Assim, a empresa aumentará a chance de ser certificada e poderá usar a certificação como instrumento de marketing e comunicação com mercado em que atua ou pretende atuar.

Contudo é importante destacar que a certificação não deve ser um fim em si mesmo, mas sim, a consequência natural para a empresa que cumpre os requisitos e, portanto, pode ser chamada de sustentável. Na verdade, o atendimento aos requisitos de sustentabilidade tem poder de transformar a empresa e trazer benefícios muito além do próprio certificado.

Exemplos de benefícios normalmente conquistados com a certificação são:

  • Melhoria da imagem
  • Fortalecimento da Marca
  • Melhoria da gestão do negócio
  • Fortalecimento da parceira com as partes interessadas
  • Mídia espontânea
  • Aumento da satisfação dos clientes
  • Aumento do engajamento dos colaboradores
  • Redução de custos operacionais
  • Melhoria nos resultados

Ter uma empresa sustentável, minimizando os impactos negativos e potencializando os impactos positivos gerados, é uma forma moderna e atual de ser fazer negócios.

Outro aspecto relevante da certificação da sustentabilidade é que invariavelmente a empresa acaba influenciando de forma bastante positiva o território em que está instalada ou operando. Assim, a sustentabilidade acaba criando uma rede, onde todas as partes interessadas ganham, sejam elas colaboradores, comunidade local, fornecedores, turistas, ONG’s, poder público local, entre outras.

Um processo de certificação de empresas envolve, de uma forma geral, as seguintes etapas:

  • Solicitação da certificação
  • Envio da documentação da empresa
  • Análise técnica da documentação
  • Realização de auditoria
  • Análise dos resultados
  • Concessão do Certificado
  • Auditorias de manutenção (durante o período de validade do certificado)

Existem muitos tipos de certificação em turismo sustentável e a empresa deve avaliar qual certificação agregar valor ao seu negócio e ajuda na comunicação com o mercado em que atua e com os seus clientes.

A certificação de Meios de Hospedagem

A certificação de meios de hospedagem tem a função de garantir que o meio de hospedagem tem um sistema de gestão da sustentabilidade implementado e eficaz. Esta certificação vale para qualquer tipo, tamanho e localização geográfica de meio de hospedagem e é baseada numa norma internacional, a norma ISO 21401:2018 – Sistema de Gestão da Sustentabilidade de Meios de Hospedagem.

Ao implementar os requisitos desta norma o meio de hospedagem terá como benefícios, o fortalecimento do seu negócio e o aprimoramento do processo de tomada de decisão, o qual passará a ser feito de forma mais moderna e completa, olhando simultaneamente para as 3 dimensões da sustentabilidade (ambiental, sociocultural e econômica).

Um sistema de gestão da sustentabilidade pressupõe o desenvolvimento de política e objetivos de sustentabilidade, baseados nos contextos interno e externo do empreendimento, nas necessidades das partes interessadas, nos riscos e oportunidades existentes e fundamentado nos aspectos e impactos negativos e positivos do negócio. Obviamente que isto deve ser liderado pela alta direção do meio de hospedagem, que deverá demonstrar seu comprometimento, provendo recursos, definindo responsabilidade e autoridades e planejando as ações de sustentabilidade de forma ambientalmente responsável, socialmente justa e economicamente viável.

Além disto, o Sistema de Gestão da Sustentabilidade precisa contemplar as competências dos colaboradores, a implementação de controles dos processos de trabalho, métodos de comunicação e o desenvolvimento e a avaliação de fornecedores. É fundamental para que se possa usá-lo de forma eficaz, que seja documentado e tenha elementos de monitoramento, análise e melhoria contínua clássicos nos sistemas de gestão: avaliação do desempenho, auditoria interna, análise crítica, não conformidade e ações corretivas.

Um meio de hospedagem administrado por meio de um Sistema de Gestão da Sustentabilidade permitirá o desenvolvimento de um negócio realmente sustentável e apto para os desafios atuais do turismo.

Após a implementação desta norma o meio de hospedagem que desejar ser certificado irá passar por processo de auditoria planejada pelo organismo de certificação, que enviará auditores para avaliar à conformidade da gestão e das práticas adotadas em relação aos requisitos de sustentabilidade.

A certificação de empresas de turismo de aventura

Para as empresas de turismo de aventura é possível ser certificado com base na norma internacional ISO 20611:2018 – Boas práticas de sustentabilidade. Neste caso não é necessário implementar um sistema de gestão completo, mas sim, demonstrar que adota práticas sustentáveis na sua operação para as três dimensões: ambiental, social e econômica.

As práticas devem ser adotadas com o objetivo de reduzir os impactos gerados com as operações turísticas da empresa, como por exemplo:

  • Dimensão ambiental – uso de recursos naturais, consumo de água e energia, na proteção da biodiversidade e dos habitats naturais;
  • Dimensão social – respeito dos colaboradores e da comunidade local, promoção e respeito da cultura local, condições de trabalho;
  • Dimensão econômica – adoção de práticas justas de comércio, gestão dos riscos financeiros do negócio, geração de trabalho.

Gestão Sustentável de Meios de hospedagem segundo a norma ISO 21401:2018 – Sistema de gestão da sustentabilidade de meios de hospedagem

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A experiência do cliente em um meio de hospedagem é construída por uma série de eventos que se iniciam com a seleção e escolha do hotel, passando pela reserva e hospedagem até o relacionamento com o empreendimento nas atividades pós venda.

Conforme representado no diagrama acima parte da construção desta experiência pode ser observada quando o cliente acessa a recepção para check in, usufrui da hospedagem, incluindo a infra estrutura e os serviços disponíveis até o processo do check out. Assim os processos recepção, hospedagem, alimentação e lazer são aqueles onde há contato direto com o cliente. Contudo muitos outros processos fundamentais para o funcionamento de um meio de hospedagem ocorrem nos bastidores como: comercial, governança, manutenção, reservas, A&B, compras, por exemplo. Todo este conjunto deve ser gerenciado com foco nos objetivos do negócio e alinhado à estratégia e em cumprimento às políticas estabelecidas.

A gestão sustentável do negócio envolve considerar os aspectos de sustentabilidade, representados no diagrama acima, que estão presentes em todos estes processos internos tomando-se ações que aumentem chance de atendimento aos objetivos do meio de hospedagem, mas minimizando os impactos negativos de sustentabilidade para cada um dos aspectos.

A ISO 21401: 2018 (Sistema de Gestão de Sustentabilidade para Meios de Hospedagem) descreve então os elementos de um Sistema de Gestão com foco em transformar o meio de hospedagem em um negócio verdadeiramente sustentável.

A norma ISO 21401:2018 – Sistema de gestão da sustentabilidade de meios de hospedagem e os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU)

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Em 2015 foram definidos pela ONU a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), os quais foram adotados pelos Estados Membros e incluem questões relevantes como direitos humanos, saúde e segurança, proteção ambiental e desenvolvimento de comunidades locais e da economia local, entre outras.

O cumprimento destes objetivos são compromissos governamentais que envolvem evidentemente também a iniciativa privada, pois o desenvolvimento sustentável se dará pelo engajamento, participação e contribuição de todas as partes interessadas.

A ISO 21401: 2018 (Sistema de Gestão de Sustentabilidade para Meios de Hospedagem) está alinhada com a Agenda 2030 e a sua implementação ajudará as organizações a atingirem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, essencialmente, gerenciando os principais aspectos e impactos da sustentabilidade relacionados ao negócio.

Além disto os meios de hospedagem terão como benefícios, o fortalecimento de seus negócios, o aumento de competitividade e a melhoria de suas decisões.

Alguns exemplos de conexões entre a norma ISO 21401 e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são:

ISO 21401

SDG

Dimensão Ambiental

Áreas naturais, biodiversidade, flora e fauna

preservar sua própria área natural através da implementação de práticas de conservação e tomar medidas para promover a conservação da flora e da fauna.

Resíduos sólidos, efluentes e emissões

medidas para reduzir, reutilizar ou reciclar os resíduos sólidos e medidas para minimizar o impacto causado pelos efluentes líquidos ao meio ambiente e à saúde pública.

Eficiência energética

medidas para minimizar o consumo de energia, particularmente de fontes de energia não renováveis.

Conservação e gestão do uso da água

controlar e registrar o consumo de água de fontes externas e de suas próprias fontes.

Dimensão social

Comunidades locais

desenvolver ou estar engajado em ações ou iniciativas voluntárias promovidas por comunidades, organizações governamentais e não-governamentais, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento das comunidades locais

Trabalho e renda

estar comprometido com o uso da população local e produção, incentivando associações locais, qualidade e sustentabilidade.

empregar, na medida do possível, trabalhadores (empregados, subcontratantes ou autônomos) de comunidades locais ou regionais.

Condições de trabalho

garantir que os salários atinjam pelo menos o salário mínimo da categoria e que as instalações dos funcionários atendam às condições mínimas de higiene, segurança e conforto.

Aspectos culturais

iniciativas para promover o conhecimento, a preservação e o respeito pela cultura local.

População nativa

medidas que garantam o respeito aos hábitos, direitos e tradições da população nativa, promovendo sua efetiva participação no processo de gestão da atividade em sua terra ou região, quando aplicável.

Dimensão Econômica

Viabilidade econômica

implementar suas atividades e serviços, considerando sua sustentabilidade econômica no curto, médio e longo prazo.

Qualidade e satisfação do hóspede

implementar produtos e serviços considerando o perfil e as expectativas dos hóspedes. O planejamento de produtos e serviços deve priorizar as tradições sociais e a hospitalidade local.

Saúde e segurança de hóspedes e trabalhadores

estabelecer procedimentos para identificação contínua de riscos, avaliação de riscos e implementação de medidas de controle necessárias.

 

A norma ISO 21401:2018 – Sistema de gestão da sustentabilidade para meios de hospedagem – requisitos: Uma visão moderna e atual para gestão dos meios de hospedagem

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O interesse global por temas ambientais e sociais tem aumentado o desejo das pessoas de experimentar serviços e produtos mais sustentáveis. O cliente, o turista, está se tornando cada vez mais consciente e responsável e gostaria de desfrutar de experiências sustentáveis de turismo.

A norma ISO 21401 que acaba de ser publicada foi desenvolvida para atender as demandas de desenvolvimento do turismo sustentável e poderá ser utilizada por qualquer tipo, tamanho e localização geográfica de meio de hospedagem.

https://www.iso.org/standard/70869.html

Esta norma promoverá a agenda de sustentabilidade e, portanto, abordando questões como direitos humanos, saúde e segurança, proteção ambiental e desenvolvimento da economia local.

A ISO 21401 descreve os elementos de um sistema de gestão da sustentabilidade, incluindo os principais aspectos da sustentabilidade que devem ser gerenciados pelo hotel, como por exemplo:

  • dimensão ambiental: o consumo de água, energia, a geração de resíduos e a proteção da fauna e da flora;
  • dimensão social: a geração de trabalho e renda, a valorização da cultura e o desenvolvimento da comunidade local;
  • dimensão econômica: a prevenção de acidentes com clientes e colaboradores, a satisfação dos clientes e a viabilidade econômica do empreendimento.

Um sistema de gestão da sustentabilidade é uma forma moderna de se fazer negócios. Sua implementação permite que o Hotel tome suas decisões gerenciais e estratégicas com base em informações e dados relacionados aos impactos positivos e negativos das dimensões ambiental, sociocultural e econômica. A adoção desta forma de gestão fortalece as decisões tomadas, contribui com os cumprimentos dos objetivos do negócio, com a redução dos custos, aprimora o relacionamento com os fornecedores e comunidade, maximiza a experiência e a satisfação dos hóspedes e melhora a imagem e reputação do negócio.

Os meios de hospedagem que utilizarem a ISO 21401 como referência poderão atestar para seus hóspedes e para todo o mercado que são empreendimentos sustentáveis. A implementação do Sistema de Gestão da Sustentabilidade poderá trazer benefícios para todas as partes interessadas, a saber:

  • Comunidade
    • minimização dos impactos negativos ambientais e sociais no destino
    • aumento de trabalho e renda para a comunidade
    • melhoria na relação com o meio de hospedagem
  • Colaboradores
    • melhoria da qualificação profissional
    • aumento do engajamento e satisfação
    • melhoria da Qualidade do ambiente de trabalho
    • melhoria do reconhecimento profissional
  • Fornecedores
    • aumento da parceria
    • desenvolvimento de fornecedores locais
    • fortalecimento da economia local
  • Hóspedes
    • maximização da satisfação
    • aumento da qualidade dos serviços
    • melhoria da experiência do turista
  • Governo Local
    • desenvolvimento do destino
    • fortalecimento da imagem do destino
    • ganho de competitividade para o destino
  • Meios de hospedagem
    • diminuição dos custos operacionais
    • fortalecimento da gestão do negócio
    • aprimoramento dos controles operacionais
    • diminuição dos riscos e aumento das oportunidades
    • melhoria na imagem fortalecimento da marca
    • certificação do Sistema de Gestão da Sustentabilidade

A gestão da sustentabilidade de meios de hospedagem é a solução mais adequada para se enfrentar os atuais desafios e para aproveitar as oportunidades do mercado. Para iniciar a aplicação da norma ISO 21401 recomenda-se:

  1. Conheça o seu Hotel sob o ponto de vista da sustentabilidade

Faça um diagnóstico das práticas de sustentabilidade adotadas, do modelo atual de  gestão do negócio e de como a sustentabilidade é aplicada.

A partir disto realize mapeamento das principais atividades desenvolvidas no empreendimento, relacionando os aspectos e impactos ligados a sustentabilidade envolvidos com estas atividades, pensando sempre nas três dimensões envolvidas: ambiental, social e econômica.

  1. Implemente indicadores de sustentabilidade

Você deve quantificar o desempenho das práticas atuais de gestão sustentável. Para isto escolha e implemente um conjunto de indicadores de sustentabilidade relacionados aos aspectos para avaliar se as práticas estão de fato reduzindo os impactos negativos. Isto aumentará a qualidade das decisões gerenciais a serem tomadas.

  1. Defina objetivos de sustentabilidade

Depois de identificar os impactos relacionados com a operação do Hotel e de se medir por meio de indicadores os resultados é hora de definir objetivos de sustentabilidade. Como por exemplo reduzir o consumo de água em 10% ou aumentar a satisfação do hóspede para 90%.

  1. Implemente o Sistema de Gestão da Sustentabilidade

Implemente os requisitos do Sistema de gestão (ISO 21401) para conectar a estratégia do negócio com os aspectos e impactos, os objetivos, indicadores e as práticas de sustentabilidade identificadas.

  1. Melhore o desempenho do Hotel.

Agora, com base nos resultados obtidos e conhecendo todos os aspectos e impactos da sustentabilidade relacionados ao seu negócio, planeje e implemente novas práticas sustentáveis e produza as melhorias na gestão do seu Hotel.

Tenha uma gestão sustentável! Torne seu Hotel ambientalmente responsável, socialmente justo e economicamente viável!

Uma breve história da norma ISO 21401 para Sistema de Gestão da Sustentabilidade de Meios de Hospedagem

WG13 23th

Como já havia antecipado, este ano foi aprovada para publicação no Comitê de Turismo da ISO (TC 228), a futura norma de Sistema de Gestão da Sustentabilidade de Meios de Hospedagem, a ISO 21401 – Tourism and related services — Sustainability management system for accommodation establishments — Requirements , prevista para Dezembro deste ano.

Este documento quando publicado irá encerrar mais uma fase de uma história de quase 20 anos. Vejamos:

Fase 1 – As bases para o Turismo Sustentável

Em 1999 foi criado no Brasil um movimento liderado pela WWF-Brasil e a Fundação SOS Mata Atlântica em prol do desenvolvimento de um turismo mais sustentável, convocando outras organizações não governamentais, a iniciativa privada, acadêmicos e especialistas a discutir o tema.

Entre 2000 e 2002 em uma série de workshops e consultas públicas realizadas pelo movimento nos quatro cantos do país, gerou de forma participativa, o que se chamou dos Princípios de Turismo Sustentável. Como consequência natural foi constituído na ocasião o Conselho Brasileiro de Turismo Sustentável – CBTS, com objetivo de desenvolver estratégia única e ampla para a certificação do turismo sustentável no Brasil e para o estabelecimento de padrões de qualidade socioambiental adequados à realidade brasileira.

Fase 2 – Meios de hospedagem como foco para o Turismo Sustentável

Em 2003 foi criado pelo Instituto de Hospitalidade o PCTS – Programa de Certificação de Turismo Sustentável, que produziu uma série de instrumentos para o desenvolvimento sustentável do turismo. A estratégia foi iniciar pelos Meios de hospedagem de médio e pequeno porte como forma de aumentar a competitividade e criar as bases para o turismo sustentável em 19 Destinos turísticos brasileiros simultaneamente. Entre 2003 e 2004 foi então criada, com base nos Princípios do Turismo Sustentável, a norma NIH – 54 de Sistema de Gestão da Sustentabilidade com a participação do CBTS, ONG’s, Entidades de Classe do setor privado, Entidades representantes dos trabalhadores, Governo, Especialistas e representantes de comunidades locais.

Em seguida foi desenvolvido um programa de assistência técnica para os meios de hospedagem, que incluía metodologia para implementação da norma, 19 cursos para formação de 375 consultores e a elaboração de 7 guias e manuais para apoio na implementação da metodologia estabelecida. Este programa foi aplicado em 365 Meios de hospedagem em 19 Destinos turísticos distintos entre os anos de 2004 e 2007.

Fase 3 – Reconhecimento da Certificação de Meios de hospedagem sustentáveis

Paralelamente a fase anterior, em 2005 foi criada a Comissão de Estudos da ABNT para Sustentabilidade de Meios de Hospedagem, a qual produziu com base na norma NIH 54 a norma brasileira NBR 15401, publicada pela ABNT em 2006.

Entre os anos de 2007 e 2009 foi estabelecido o Programa de Certificação de Sustentabilidade de Meios de hospedagem dentro do Sistema Brasileiro de Avaliação da  Conformidade e a certificação dos Meios de hospedagem passou a ter o reconhecimento do Inmetro. Ainda durante este período foram realizados 4 cursos para formação de mais de 100 auditores em Sistema de Gestão da Sustentabilidade de Meios de Hospedagem.

Fase 4 – Turismo Sustentável em nível internacional

Inspirados no evento Rio + 20, realizado no Rio de Janeiro, a Comissão de Estudos da ABNT para Sustentabilidade de Meios de Hospedagem foi reativada e, se iniciou o processo de atualização da norma NBR 15401. Durante este processo os membros da Comissão da ABNT decidiram enviar este documento como sugestão para criação de norma internacional.

Em 2014, já com a nova versão da norma NBR 15401, o Brasil iniciou o processo participando ativamente no Comitê de turismo da ISO e, em 2016, foi criado o grupo de trabalho WG 13 – Sustainable Tourism com este objetivo. Após 5 reuniões (Maio/2016 – Kuala Lumpur; Outubro/2016 – Rio de Janeiro; Maio/2017 – Cidade do Panamá; Outubro/2017 – Madrid e Maio/2018 – Buenos Aires), com a participação de 60 especialistas, de 26 diferentes países, o trabalho foi concluído, com a produção da norma ISO 21401.

Fase 5 –  O futuro

Agora iniciaremos uma nova e estimulante fase com a publicação de um documento internacional, baseado na experiência exitosa do Brasil na abordagem de turismo sustentável. Espero que os demais países possam se inspirar e usar esta norma internacional para o desenvolvimento sustentável do turismo.

Futura norma ISO 21401 para Gestão da Sustentabilidade de Hotéis

WG 13 7MAI

ISO/TC228/WG 13 – Sustainable Tourism, em Buenos Aires, 7 de maio de 2018
No artigo anterior “Como abordar a sustentabilidade no turismo?” exploramos que a solução para o turismo sustentável pode vir do conceito de Gestão da Sustentabilidade e, que existem documentos técnicos importantes sobre o tema, como a norma ABNT NBR 15401 – Sistema de gestão da sustentabilidade para meios de hospedagem – requisitos e seu o Guia de implementação (disponível neste blog).
Pois a novidade é que estes documentos vêm sendo reconhecidos por outros países como base para se abordar a gestão da sustentabilidade de Hotéis, em diversas regiões do planeta. Com base na norma brasileira desenvolvemos na ISO uma nova norma internacional, que deverá ser publicada no segundo semestre deste ano. Em 2015, o Brasil levou a ideia para o Comitê de Turismo da ISO (TC 228) e no ano seguinte foi aprovada a criação de Grupo de trabalho sobre Turismo Sustentável, o WG 13 – Sustainable Tourism (https://committee.iso.org/home/tc228), composto atualmente por 60 especialistas, de 26 diferentes países. Este trabalho foi concluído na semana passada, na reunião de Buenos Aires e o documento final para a futura norma ISO 21401 – Tourism and related services — Sustainability management system for accommodation establishments — Requirements foi aprovado, seguindo para editoração e publicação pela ISO.
E por quê deveríamos implementar a norma brasileira NBR 15401 ou a futura norma ISO 21401 em um Hotel? Porque antes de mais nada estes documentos descrevem como gerenciar o negócio e ajudam os hotéis a serem mais competitivos, usando a visão moderna da sustentabilidade como base do processo de gestão. Ao implementar um Sistema de Gestão da Sustentabilidade estamos usando uma abordagem sistêmica com foco em resultados práticos e concretos para o negócio.
Com a experiência de 15 anos na avaliação de hotéis no Brasil sobre esta ótica da sustentabilidade é possível afirmar que a grande maioria dos empreendimentos tem implementado diversas práticas de sustentabilidade. Porém, o que já não é tão comum é ver a gestão do negócio a partir dos resultados obtidos com estas práticas, o uso de indicadores para monitorar os mais diversos aspectos da sustentabilidade, ou ainda, o uso sistemático de tais práticas para melhorar a experiência dos hóspedes.
Nos últimos anos a hotelaria vem passando por desafios, com mudanças tecnológicas nos processos de reservas, de compras dos serviços, de avaliação dos hóspedes, e dos sistemas de classificação por notas. Além disto há a concorrência de plataformas digitais de economia compartilhada, o aumento da oferta e a necessidade de segmentar os serviços para públicos específicos, que pesquisam sobre seu negócio e dos concorrentes antes de tomar decisões.
Isto nos indica que os Hotéis precisam investir em inovação em gestão, nos serviços oferecidos e na diferenciação em relação aos concorrentes. O Sistema de Gestão da Sustentabilidade pode trazer o fortalecimento destes aspectos e no desenvolvimento sustentável do negócio.
Em breve teremos a nova norma ISO 21401, que será a adotada por dezenas de países, inclusive o Brasil, mas se você já quiser começar a implementar um Sistema de Gestão da Sustentabilidade use a norma brasileira ABNT NBR 15401 (www.abntcatalogo.com.br).

 

Como abordar a sustentabilidade no turismo?

Capa Guia NBR 15401

Como provavelmente você sabe a sustentabilidade é um tema complexo, pois conforme os pontos citados no artigo anterior “O que é turismo sustentável”, as dimensões da sustentabilidade “concorrem” entre si. Quando tomamos uma decisão sobre como minimizar o impacto negativo no meio ambiente, poderemos estar aumentando o impacto negativo do nosso negócio na dimensão econômica. Da mesma forma quando decidimos minimizar o impacto negativo sociocultural podemos, sem querer, aumentar o impacto negativo ambiental. Qual seria então a solução? Entender o conjunto de impactos negativos e positivos gerados com as atividades que desenvolvemos, para só então escolher que medidas e ações deveremos tomar. O ideal é implementar ações que contribuam ao mesmo tempo com a minimização de impactos negativos nas 3 dimensões da sustentabilidade. Contudo, como isto nem sempre é possível, devemos fazer escolhas conscientes colocando na balança o que naquele momento, parece ser o mais adequado.

Vejam, que a sustentabilidade também pode ser influenciada pelo contexto, ou seja, o local aonde as atividades são realizadas, o tipo de atividades, a forma de realização destas atividades, o tamanho da empresa que as conduz, o tamanho do impacto gerado, ou ainda, o momento em que estas atividades ocorrem. Isto nos mostra o quanto a sustentabilidade é algo complexo, fluido e que pode ser entendido de formas diferentes. Assim, nem todas as práticas sustentáveis aplicadas em empresas diferentes, de portes diferentes ou instaladas em locais diferentes produzirão o mesmo resultado.

Então, como ter um negócio sustentável? Tem uma maneira que pode ser implementada em qualquer tipo de empresa, seja esta um hotel de pequeno porte, um resort, um hotel fazenda, um restaurante ou bar, uma operadora de turismo, uma agência de viagem ou uma empresa de transporte (aéreo ou terrestre). Esta maneira, ou melhor, esta abordagem é a gestão da sustentabilidade, onde ser sustentável está diretamente conectado com as decisões empresariais. Tal forma de pensar e agir tem duas grandes vantagens: ser maleável o suficiente para todos os tipos de empresas e estar alinhado diretamente ao negócio, onde as decisões são tomadas com base nos recursos disponíveis e para os resultados econômicos, ambientais e/ou socioculturais desejados.

Para o caso de hotéis, a gestão da sustentabilidade pode ser obtida usando como referência a norma ABNT NBR 15401 – Sistema de gestão da sustentabilidade para meios de hospedagem – requisitos, que descreve os principais elementos para a gestão dos hotéis que querem ter como foco a sustentabilidade. A implementação da norma brasileira pode ser realizada de várias maneiras, mas a metodologia descrita no Guia de implementação (acesso o documento aqui no blog) já foi utilizada por centenas de hotéis no Brasil de todos os portes e tipos e pode ser uma boa forma de se iniciar este processo.

Assim, esta abordagem de gestão permite as empresas gerenciar a complexidade da sustentabilidade e contribuir com o desenvolvimento sustentável do turismo.

Como se tornar um Hotel sustentável?

A resposta a esta questão é simples: gerir o Hotel de forma sustentável. Mas como começar? Uma das formas de se começar é centrar os esforços na observação da Gestão do empreendimento sob a ótica três dimensões da sustentabilidade, a ambiental, a social-cultural e a econômica. O que na prática significa conhecer o quanto seu Hotel é, atualmente, sustentável.

Utilizando-se como referência a norma ABNT NBR 15401: Meios de hospedagem — Sistema de gestão da sustentabilidade — Requisitos isto pode ser feito em três etapas, a saber:

  1. Conheça o seu Hotel sob o ponto de vista da sustentabilidade

Comece pelo mapeamento das principais atividades desenvolvidas no empreendimento. Para isso você deve ir a cada área do empreendimento e identificar as principais atividades executadas e, em seguida, relacionar os aspectos e impactos ligados a sustentabilidade envolvidos com estas atividades, pensando sempre nas três dimensões envolvidas: ambiental, social-cultural e econômica. Lembre-se que uma determinada atividade pode ter um ou mais aspectos envolvidos e, que cada aspecto, pode gerar um ou mais impactos. Pense que aspecto e impacto é uma relação causa-efeito.

A partir desta identificação você deve avaliar se os impactos são significativos ou não para o desempenho do seu empreendimento. Ser ou não significativo depende primeiro da legislação, ou seja, se houver legislação que obrigue a minimizar, ou a não gerar o impacto, este será considerado significativo. Em segundo, caso não haja nenhuma obrigação legal, o impacto deve ser avaliado quanto à importância para o empreendimento. Esta importância pode ser considerada em função da freqüência e da intensidade do impacto gerado. Neste caso, devem ser estabelecidos critérios para se classificar os impactos como significativos.

O conhecimento sobre os aspectos e impactos da sustentabilidade, em particular dos impactos significativos, permitirá visualizar em que atividades e áreas necessita-se implementar boas práticas sustentáveis.

  1. Implemente indicadores de sustentabilidade

Em paralelo a questão anterior (aspectos e impactos) você deve quantificar o desempenho das práticas atuais de gestão sustentável. Para isto escolha e implemente um conjunto de indicadores de sustentabilidade. Existem muitas possibilidades para o uso de indicadores deste tipo, mas você deve escolher aqueles que vão efetivamente ajudá-lo na Gestão Sustentável. Alguns exemplos de indicadores para cada uma das dimensões são:

  • Dimensão Ambiental
    • consumo de água, por Hóspede, por Noite
    • consumo de energia, por Hóspede, por Noite
  • Dimensão Sócio – cultural
    • percentual do faturamento bruto aplicado em iniciativas sócio-culturais
    • percentual trabalhadores local
  • Dimensão Econômica
    • percentual de satisfação do cliente
    • taxa de ocupação

 

Evidentemente que se você conseguir usar indicadores relacionados diretamente com os impactos identificados e classificados como significativos, isto aumentará a qualidade das decisões gerenciais a serem tomadas.

 

  1. Melhore o desempenho do sistema de gestão da sustentabilidade.

Agora junte as informações obtidas nas etapas anteriores. Com base nos resultados obtidos e conhecendo todos os aspectos e impactos da sustentabilidade relacionados ao seu negócio, planeje e implemente boas práticas sustentáveis e produza as melhorias na gestão do seu Hotel.

As melhorias implementadas poderão ser identificadas usando-se os mesmos indicadores para calcular os resultados obtidos e, desta forma, possibilitarão decisões gerenciais mais eficazes e eficientes.

As etapas descritas poderão então ajudar qualquer Hotel , independente do seu tipo e porte ou condições geográficas, culturais e sociais, a iniciar seu caminho em direção da sustentabilidade, ou seja, tornar-se ambientalmente responsável, socialmente justo e economicamente viável.